O fim de ano, época emblemática para os lojistas, traz a expectativa de recuperar os prejuízos acumulados durante o isolamento social, provocado pela pandemia do coronavírus. A estimativa é de que sejam abertos 3 mil postos de trabalhos diretos e indiretos no comércio, segundo pesquisas internas do IE-ACIF (Instituto de Economia da Associação do Comércio e Indústria de Franca).
A média salarial de um empregado formal no mercado de trabalho francano é de R$ 2,3 mil. Desta maneira, estima-se que as novas contratações devam injetar R$ 6,9 milhões na economia.
Para aqueles que acharam alto o número de possíveis contratações, o resultado pode ser ainda mais expressivo. A CDL (Câmara de Dirigentes dos Lojistas de Franca) prevê até 4 mil vagas para este final de ano. A movimentação financeira aumentaria para R$ 9,2 milhões.
“O Natal é a data mais importante do ano para o comércio. Com o pleno funcionamento das atividades comerciais em todo país, a expectativa é que 79% dos consumidores presenteie este ano, retomando ao patamar de consumo pré-pandemia”, diz Maurício Ramos, presidente da CDL.
Com a mão de obra especializada escassa, Maurício explica que o período é propício para efetivação de contratos temporários. “Todos os lojistas já estão contratando. Fazendo entrevista, treinando os novos colaboradores, na expectativa de continuar com eles, que não são a maioria, mas o máximo que eles conseguirem efetivar.”
Movimentação nos shoppings
Anualmente, neste período, o Franca Shopping contrata uma equipe temporária para realizar diversas funções, como Papai Noel e Noeletes, funcionários extras de limpeza, monitores para decoração de Natal, promotoras para o balcão de trocas das campanhas e seguranças. Aproximadamente, 35 vagas serão preenchidas até o final do mês de novembro.
O Natal foi uma das datas comemorativas mais prejudicadas pela pandemia em 2020. “Com certeza, a retomada da economia, da geração de empregos e a diminuição das medidas restritivas de visitantes ao shopping trazem um grande alívio e uma enorme esperança para superar os índices do ano passado”, diz Erickson Scarapicchia, superintendente do Franca Shopping.
A reportagem solicitou a participação do Shopping do Calçado, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
Setor calçadista
Segundo José Carlos Brigagão, presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), as empresas contrataram ao longo do ano e a tendência são preservarem suas equipes, devido à falta de mão de obra qualificada. Este ano, o setor registrou saldo positivo de 4.711 funcionários. No entanto, com um cenário incerto, não é possível estimar quantas contratações, definitivas ou temporárias, a indústria calçadista deve realizar nesta época.
“É difícil fazer uma previsão com tantas variáveis, mas temos que levar em consideração que estamos iniciando a retomada da produção depois de dois anos de paralisações, restrições e consumo”, explica Brigagão.
Apesar das dificuldades de fazer uma projeção, o setor pode ter um saldo positivo. “Hoje está faltando calçado nos mercados interno e externo, o que deve estimular os pedidos de produção de fim de ano e as expectativas geradas pelas feiras comerciais também devem impulsionar, de forma ainda tímida”, ressaltou.
Supermercados
O Varejão Irmãos Patrocínio possui, aproximadamente, dez vagas fixas abertas, para açougueiro, operadora de caixa e repositor de mercadorias. As contratações são realizadas de acordo com a rotatividade, sem haver aumento no quadro de funcionários para o final de ano.
Luciana Rosa Oliveira Ribeiro, supervisora de Recursos Humanos, explica que o varejão possui um banco de talentos, mas encontra dificuldade em algumas áreas. “Em vagas específicas, já encontramos dificuldade em profissionais qualificados.”
A rede de supermercados Savegnago pretende manter 100% de seu quadro de funcionários operando neste período e, por esta razão, não haverá a necessidade de abrir novas vagas. Apenas serão realizadas contratações pontuais, caso necessário, após saída ou remanejamento de algum funcionário.